O planeamento é uma etapa fundamental na gestão da atividade de inspeção, de forma a direcionar a ação interventiva da IGAMAOT para as situações que constituem um maior risco, tendo em linha de conta os meios humanos, logísticos e financeiros existentes, bem como adotar procedimentos e critérios objetivos e claros.
Neste sentido os sistemas de análise de risco (SAR) são uma ferramenta de gestão essencial para o estabelecimento das estratégias e metodologias mais apropriadas, para que os resultados esperados sejam alcançados, definindo-se prioridades baseadas na política adotada e que se pretende implementada.
A metodologia utilizada nos SAR para a programação das ações inspetivas é baseada na ferramenta IRAM (Integrated Risk Assessment Method) desenvolvida pelo projeto EasyTools, da rede europeia IMPEL (European Union Network for the Implementation and Enforcement of Environmental Law) e conduz à classificação de risco associada a cada unidade industrial/infraestrutura (quanto maior a classificação, maior o risco).
A aplicação dos SAR conduz a uma determinada classificação de risco associada a cada instalação/entidade alvo, que determina a respetiva prioridade e uma frequência (maior ou menor) de inspeções/auditorias, assinalando ainda as áreas mais críticas, sendo que esses sistemas e respetivos dados são atualizados e reavaliados periodicamente.
Trata-se de uma ferramenta que apresenta como maiores vantagens:
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Ser uma ferramenta de análise de risco harmonizada a nível Europeu;
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Utilizar mecanismos de controlo e ajustamento: Termos e Fatores de Peso dos Critérios, Categoria de Risco, Rede de segurança;
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Ter associada uma “regra” que determina a categoria de risco em função do número mínimo de valores mais elevados dos Critérios de Impacte (CI) associados a um operador; e
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Permitir definir uma frequência e esforço de inspeção em função dos recursos disponíveis.
Assentando num método tendencialmente probabilístico baseia-se no conceito de risco como função da gravidade da sua consequência (efeito) e a probabilidade de esta ocorrer.
O Efeito avalia a gravidade do impacto da instalação no meio envolvente e é medido por um conjunto de Critérios de Impacte, cada um deles graduado de 1 a 5, significando 1 com menor efeito e 5 com maior efeito. São exemplos de Critérios de Impacte o tipo de atividade exercida na instalação e a localização da instalação.
A Probabilidade avalia as características do operador que podem influenciar a probabilidade de o efeito ocorrer. É medida por Critérios de Desempenho do Operador e tem como função aumentar um valor, manter ou diminuir em um valor, o valor do critério impacto, transformando-o num risco.
São exemplos de Critérios de Desempenho do Operador a existência de Sistemas de Gestão Ambiental Certificados, reclamações/denúncias ou o cumprimento das condições da licença ambiental.
Em concreto, e relevantes para esta área, foram concebidos e estão implementados na IGAMAOT os seguintes SAR:
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Risk-Seveso (Prevenção de Acidentes Graves – Armazenagem de grandes quantidades de substâncias perigosas);
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Risk-Segurança radiológica.
Em matéria de segurança radiológica, a adaptação da ferramenta IRAM encontra-se assente em três critérios:
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Probabilidade de exposição
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Probabilidade de ocorrência do efeito negativo
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Carácter e gravidade do efeito negativo
Os fatores de risco nesta matéria incluem o tipo e número de fontes de radiação ionizante, o número de práticas distintas e o desempenho do operador.
Este sistema permite estabelecer um programa de inspeção que tenha em conta a potencial magnitude e a natureza dos riscos associados às práticas em questão, a avaliação geral dos problemas levantados por essas práticas do ponto de vista da proteção contra as radiações e o grau de cumprimento das disposições legais.
Última atualização: 2024-11-05